Nesta sexta-feira (11), os resistentes do rock e a nova safra se uniram na festa Noventinha, no Biroska. A ideia de resgatar a cena rock'n roll dos anos 90 de Macapá foi do coletivo Curupira Vampiro. Eles reuniram bandas que animavam as noites (ainda ultra carentes do alto e bom som na cidade), cito: Little Big, Drop's Heroína e Franzinos.
Depois deste inicio informativo, essa resenha, além do cunho descritivo, será um relato nostálgico. Foi como entrar na máquina do tempo e acionar o retorno para alguns anos emblemáticos, para a música, para o skate, para o comportamento, amizades, entre outros. Os lugares de encontro eram a pista de sk8 da beira rio e o Mosaico (muito diferente do que é hoje).
A noite começou com a apresentação da Drop's Heroína, que infelizmente não reuniu a formação original, mas a vocalista Rebecca Braga estava lá e mostrou o mesmo entusiamos de anos atrás, ao cantar as músicas que viraram 'hino" da banda, na época que tocava ativamente.A Drop's levava covers de The Cranberries, Pato Fu e Alanis Morissette. A música "Zombie" virou a marca registrada das apresentações. Claro que na noite de ontem, tais sons rolaram. Em seguida, entraram no palco os caras da Little Big.
O vocalista Antonio Fernandes, que deve ter dormido no formol, em ótima performance, chamou o público para cantar junto os covers de Chico Science, Rage Againts the Machine, músicas autorais e o clássico dos Replicantes, "Quero uma festa punk". Vi uma mini roda por lá, cheia de animação!Apesar do público restrito, a noite ( particularmente) já tinha valido a pena só de ouvir tais sons que tem uma energia única, e ainda, reencontrar todos aqueles rostos do passado. Nostalgia pura!
Para finalizar aquele momento "túnel do tempo", entrou no palco a banda Franzinos, que era a parte jovem da galera "noventinha", e levava os sons do Silverchair, Bush, e fazia a alegria das menininhas! "Machine Head", era o que esperava ouvir sempre que os Franzinos anunciavam um show! Grunge era a cara jovem dos anos 90.
Não é todo dia que se consegue reunir tantas coisas emblemáticas num lugar só, mas o Curupira Vampiro (Thalis Rudá, Alcir Ferreira e outros que não lembro o nome) conseguiu essa proeza. Obrigada!
Conversei um pouco com um dos produtores do coletivo, Alcir Ferreira e ele falou da mudança no cenário musical/cultural (observação pessoal). "Enquanto ao cenário musical, realmente eramos bebês na época, mas os anos que acompanhei, indo pro Liverpool escondido aos sábados, dá pra perceber uma mudança boa para todos os gêneros musicais, uma abertura maior para todos os estilos, os nascimento das produtoras de eventos (underground, vila, curupira) facilita e da oportunidade pras bandas".
Palavras de quem acredita na ideia e executa! Atitude que as vezes falta, pra quem só sabe criticar e ficar vendo o tempo passar. É bom saber que esses bebês cresceram, e agora fazem parte do cenário, valorizam bandas/pessoas que contribuíram e contribuem até hoje para a disseminação da nossa cultura.
Aliás, quem disse que temos que esquecer do passado? Ainda mais quando ele é um passado cheio de tesouros. Já dizia a velha frase : "Relembrar é viver"! Ontem, poeticamente falando, vivi muito!
Camila Karina
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