E continua
em 2013 a busca do ESN por vozes que nos transcendam... E com essa procura (que
julgamos ser um tanto fácil, visto que o Amapá está muito bem servido de
lindíssimos timbres) nos deparamos com o talento de uma das figuras mais
representativas na cena rocker do Estado, uma pin up do século XXI com ares de
goticismo: Carol Pessoa.
Sua
trajetória se mistura perfeitamente com o avanço da cena local e com as
histórias de outras grandes vozes que exaltaram (ou ainda exaltam) o poder do
rock n’roll. Mas o ESN foi a fundo e atinou para grandes feitos dentro desse
caminho da vida musical de Carol.
Ela
é a típica filha caçula, a mais nova de uma
família formada por mais dois irmão músicos... E obviamente por influência deles
começou a dar seus primeiros passos, isso com apenas 13 anos, vivenciando a
música dentro de um dos lugares formadores de grandes músicos: A igreja. E nesse universo extremamente sonoro contou
com “aquela” ajuda clássica de toda banda: A ajuda do pai. Carol confessa “Meu
pai resolveu ‘adotar’ uma banda que precisava de apoio para gravar um CD, fui
crescendo naquele meio vendo músicos e cantores passando pela minha casa, ouvia
quieta e tentava imitar depois, percebi que quando eu cantava perdia todos os
meus medos, vergonhas e complexos”.
Charlotte, no clássico "Projeto Escadaria" |
No ambiente escolar Carol também começou a
participar de festivais que revelavam talentos, e com isso foi se apegando cada
vez mais ao magnetismo que o palco exerce sobre os corpos dos artistas. Mas, somente
aos 18 anos que surgiu a oportunidade de fazer parte de uma verdadeira banda de
rock. Meados de 2005, no auge do “boom” do New Metal, Carol se tornou
integrante de uma das bandas mais vivas em minha memória: Charlotte, formada
quase que inteiramente por meninas. Elas levavam um repertório cover da banda
canadense Kittie. A banda resistiu por pouco mais de um ano.
Stand By |
Logo após o término da Charlotte, a “Boneca Gótica”
(pseudônimo de Carol na época) continuou no meio underground, desta vez dividindo
os vocais com Wander Maia (ex-SPS12) na banda Stand By em 2006, porém sua
permanência na banda foi passageira, em torno de cinco meses. Também fazendo
outra passagem curta no mesmo ano entrou para a banda N.D.A, tendo destaque na
1ª edição do Grito Rock Amapá e Expofeira.
N.D.A |
Na DAMA DE PRETO Carol Pessoa mostra
sua liderança e
potencia digna da mezzo soprano que é. A banda segue um repertório que bebe em
fontes variadas dentro do rock... De Marilyn Manson à Madame Saatan (um dos
ícones do rock no Pará). Há quem diga que nomes como Lady Gaga e The Cranberries não
podem ser levados em consideração dentro do cenário rock/metal... Mas, Carol
mostrou que se pode “bater cabeça” ao som de “Bad Romance” e “Zombie”.
A DAMA DE PRETO é formada por: Orielson na primeira guitarra, Alan
Nogueira na segunda, Allan Bacelar no contrabaixo, Paulo Carvalho na bateria e
Carol Pessoa no vocal (é lógico).
Além de sua atuação na DAMA DE PRETO, Carol também coordena a equipe de
Comunicação do Movimento Cultural Liberdade ao Rock, responsável por fomentar a
cena local, incentivando e dando oportunidade para bandas não tem espaço para
mostrar seu trabalho.
O ESN fez uma breve entrevista com Carol Pessoa, onde ela pontua questões
importantes dentro da cena:
ESN: Carol, qual é a representatividade das outras mulheres a frente de
bandas dentro da cena local?
CAROL: “Hoje é muito forte, temos várias bandas como a Hidrah,
Mysterial... Tenho a árdua missão de liderar Equipe de Comunicação do Movimento
Liberdade ao Rock, minha contribuição como jornalista para a cena local. Quando
eu comecei lá na Charlotte em 2005, os caras iam pro nosso show só para
criticar e chamar de ‘gostosa’, a mulher sempre ‘coisificada’(a mulher no metal
era motivo de piada) tinha também a Sezafine a primeira banda da minha amiga
Hanna Paulino, hoje a expressão do metal feminino no Amapá. Até Charlotte foi
única banda de metal (até hoje composta por 90% de mulheres). Não poderia
deixar de citar a banda Drops Heroína liderada por Rebecca Braga, que foi a
primeira banda feminina de rock do estado. Eu era super fã delas, tinha uns 12
anos na época e lembro bem como meus olhos brilhavam quando assistia a uma
apresentação delas, de certa forma isso até me incentivou a cantar rock. Que
surjam mais bandas com mulheres, seja à frente como vocalista ou tocando algum
instrumento. Tenho certeza que temos muitos talentos por ai escondidos só precisando
de um empurrão básico”.
ESN: É sabido que o rock ainda é um meio um tanto “machista”. Existem
dificuldades em uma mulher se inserir na cena?
CAROL: “A mulher é discriminada em todos os meios, no rock não podia ser
diferente. É tudo uma questão de conquista, pois, até um dia desses os palcos
rock/metal eram composto somente por homens, e às vezes ainda rola um ou outro
que puxa aquele ‘gostosa’ como se a mulher estivesse no palco somente para sensualizar
e não para mostrar talento e atitude. Sinto-me muito feliz quando alguém vem
elogiar o meu trabalho e deixa esse tipo de comentários ‘machistas’ de lado”.
ESN: Todos os músicos querem expor um diferencial dentro de suas
apresentações/composições. Qual seria o da DAMA DE PRETO?
CAROL: “A proposta autoral da Dama de Preto ainda está em processo de
amadurecimento. Tivemos mudanças de músicos em julho e ainda estamos pegando o
pique da primeira formação, mas da pra antecipar que é criar um estilo entre o
new e pegadas de heavy metal. Na banda cada um tem uma influencia diferente,
então vamos tentar mesclar tudo isso e vê no que vai dar”.
Em 2013, Carol Pessoa, juntamente com a DAMA DE PRETO, promete dar inicio
a produção do trabalho autoral e seguir agregando valor à cena rock/metal do
Amapá. “Sei que ainda é só o começo
de um sonho, mas pretendo gravar minhas músicas autorais e conquistar o
respeito de quem critica meu trabalho sem ao menos o conhecer” finaliza
Carol.
DAMA DE PRETO no movimento Liberdade ao Rock |
Para quem ainda não conhece o digno trabalho da DAMA DE PRETO é só
acessar a fan page no Facebook... Lá são postadas todas as novidades e
desdobramentos da banda no movimento underground local.
Hanna Paulino
Um comentário:
Adorei a matéria! E me sinto muito honrada por ter sido escolhida. Quero agradecer o carinho com o meu trabalho e dizer a dona Hanna Paulino ( é uma perfeita jornalista) e deve seguir nesse meio, porque a matéria ficou perfeita e bem escrita.
By: CAROL PESSOA
Postar um comentário