
Maranhão 66, filmado dois anos após o golpe militar de 1964, foi encomendado a Glauber Rocha pelo então recém-empossado governador do Maranhão, José Sarney. A oposição entre oratória e realidade aponta para a necessidade urgente de transformar as palavras em ações, no intuito de promover o bem estar social. Algo que nunca aconteceu.
A cada ano a MFL realiza parcerias com cineclubes de todo o Brasil atingindo novos públicos e distribuindo os filmes livres, buscando fortalecer o cinema alternativo brasileiro. De 108 inscritos, o Clube de Cinema foi um dos 33 selecionados para receber a ação Cineclubes Livres 2014, da MFL.
Não por acaso, dos filmes disponíveis para exibição, o Clube de Cinema escolheu Luíses – Solrealismo Maranhense, que bem poderia se chamar Solrealismo Amapaense. A mesma serpente que lentamente desperta no Maranhão, precisa despertar aqui. A Cobra Grande que dorme junto à Pedra do Guindaste, sob a vigilância atenta de São José, despertará junto com a consciência e força de vontade do povo amapaense para libertar-se de velhos fantasmas. O corpo contorcido em “S” da Cobra Grande está entorpecido da espera. Luíses mistura ficção, realidade e poesia para abordar aspectos sociais e políticos do Maranhão que vive à sombra do sobrenome “Sarney”. Ou seria o Amapá?
Após a exibição dos filmes, a produtora de Luíses, Keyci Martins, participará de uma roda de conversa para compartilhar suas experiências na produção do filme e no Éguas Coletivo Audiovisual, que fundou no Maranhão o movimento cultural Solrealismo, indo além do filme manifesto e agregando atores, cantores, artistas plásticos, fotógrafos, cineastas e todo o coletivo pela transformação social.
Texto: Festival de Imagem -Movimento (FIM)
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