24 de julho de 2014

Para alguns “grandes” ajudarem com o pouco é demais




Já faz um tempo que participo diretamente da organização de alguns eventos e também vejo a correria de outras pessoas para fazer qualquer coisa que esteja relacionado a “não deixar o movimento underground no ostracismo”. A sociedade “subground” (na maioria) desconhece o que é undeground e classifica como rock´n roll tudo que tem um solo de guitarra e pessoas com visual diferente ou com tatuagens. Exagerei? Acredito que não. Mas o preconceito está enraizado em todos nós de alguma forma e, assim como é percebida essa resistência, é confessável que também temos uma resistência a eles. 


Porém, tudo continua no seu curso vital e pequenas coisas vão melhorando, outras não mudarão nunca e isso não é pessimismo. Mas o rock´n roll, heavy metal e metal extremo, continuam nadando contra a maré. Não, não estou falando do Metallica e nem de Beatles, estou falando das bandas da cidade, com música autoral. É isso aí, dos músicos da cidade de Macapá. Os próprios macapaenses desconhecem e nem imaginam que temos nossos talentos aqui e muito melhores do que bandas que participam de reality shows em tv. 


A música nacional já tem seus problemas e obstáculos, imaginem o underground nacional? Mas isso não é motivo para desistir de tentar fazer alguma coisa e claro, sair pela cidade com um projeto na mão e tentar conseguir patrocínio dos grandes empresários amapaenses. É fato, eles recebem com muita educação e receptividade, mas na hora que perguntam do que se trata e respondemos: “É um evento de rock´n roll”, o tempo de visita acaba e fica a resposta clichê: “Vamos analisar e dar uma resposta”. E nem falo de pedir mais do que um zero nos valores. Porém, para alguns dos “grandes” ajudarem com o pouco é demais, isso pode afetar diretamente sua imagem, se, atrelado ao rock´n roll. Mas se for uma banda que alguma tv disser que é rock, pode. 


Recebi o conselho de alguns amigos: “Diz que é show de melody ou forró, eles ajudam na hora”. Jamais vou denegrir a imagem do rock´n roll ou do heavy metal, porque herói é assim mesmo, nem todos sabem de sua identidade mas ele continuam fazendo o bem por aí. Pedi ajuda dos pequenos empresários e amigos, e estes, foram os que estenderam a mão e apoiaram, por isso, o underground tem uma mística que muitos não vão entender. Usando uma frase que ouvi por aí: “O underground é para todos mas nem todos são para o underground”. 

Camila Karina

Nenhum comentário: