5 de setembro de 2014

A poesia também tem cor : 2 anos de Poetas Azuis


Nesta última quinta-feira (04) foi dia de festa. Uma festa cheia de poesia e música, traduzindo: O aniversário de 2 anos dos Poetas Azuis. O trio é composto por Thiago Soeiro, Pedro Stkls e Igor de Oliveira, que trazem aos nossos ouvidos e olhos poemas musicados de autores nacionais e amapaenses.  


Tudo começou em 2012, e no dia 4 de setembro, foi o dia de unir experiência adquirida, inspirações e amigos num lugar só. A festa aconteceu no República Bar, um local aconchegante e novo na cidade, e estava marcada para começar às 21h, porém, iniciou um pouco depois, às 21h45. Tudo bem, o local é ventilado e estava agradável, portanto, não foi estressante esperar. Só não posso deixar de dizer que tenho um tipo de “toc” com horário, e penso que qualquer evento, artista, seja o que for, deve cumprir o horário divulgado. É uma questão de quebrar este ciclo vicioso que tomou conta de qualquer atividade em Macapá. O ditado “marque 19h para chegarem 21h” não é algo que funcione comigo. E esperar público para iniciar espetáculos, shows, acredito que seja um grande erro, pois massifica essa cultura do atraso. 
 

Durante o tempo de espera, senti falta de ouvir um repertório que me remetesse ao espetáculo dos Poetas Azuis, para entrar na mística da poética, se é que me entendem. Senti muita falta. Thiago e Pedro chegaram e já inundam o espaço com simpatia e muita simplicidade, isso contribui para impressões positivas. Alguns minutos de passagem de som e começaram os primeiros acordes de violão e versos de Adélia Prado. O passeio poético é de qualidade e escolhido cuidadosamente para não cair na mesmice sem ser over cult.

A apresentação foi um pot-pourri de espetáculos apresentados por eles durante estes 2 anos: “Abra o bico” e "Espetáculo Azul Poesia". A noite continuou e envolveu que tinha chegado e que foi chegando.  Eu já estava serena ouvindo poemas de amor e dor de autores atemporais como Mário Quintana, Manoel de Barros e Vinicius de Moraes. Os azuis tem versatilidade, mas meus ouvidos carecem um pouco mais suavidade no canto. Sim, é sabido que eles não são cantores, mas, quando o propósito é cantar poesia, a métrica e a criatividade não são suficientes. Este detalhe não compromete o espetáculo que ao longo da noite tornou-se mais interativo.
 
 Vale a pena citar que, os convidados receberam fotopoemas e fitas coloridas para o momento surpresa. Este tipo de “mimo”, cativa, incita a curiosidade e serve de exemplo para outros artistas, de como algo simples pode ser essencial.


“O amor quer rir da má sorte”...esta frase não saiu da minha cabeça, pois as melodias casaram perfeitamente com os versos. Uma melodia fácil e agradável de ouvir, senti lá no fundo a influência musical de Cazuza, Los Hermanos e aquele tom musical brasileiro que misturado ao tucuju, traz um ritmo dançante e flutuante para pensar e sorrir. Os poetas azuis são cuidadosos, pensaram no visual, mas não percebi esse cuidado com o violonista, esse olhar cuidadoso vale para toda a composição. Ah os detalhes tão pequenos..


E a noite segue, com declamações, participações especiais e numa virada de tempo e estilo, senti mais intervenções teatrais, vozes mais altivas. Particularmente não me agrada, queria continuar ouvindo mais poemas e canções dos Poetas Azuis. Tive. Agradeço! Sai de lá sorrindo...( com a melodia na cabeça). 


Fazer um espetáculo de poesia não é fácil, ganhar prestigio também não, mas os Poetas Azuis são a prova de que os versos abrem um  caminho e se trilhado com cuidado e muito amor, é possível comemorar sempre que possível. Azul é a cor de coisas incríveis, e agora, temos a sorte de ter em Macapá, até poetas. 

Para conhecer mais sobre os Poetas Azuis, acesse: https://www.facebook.com/PoetasAzuis
 

Camila Karina

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