6 de dezembro de 2014

Um taxista visionário



Conhecer pessoas e conversar com desconhecidos são exercícios que gosto muito de praticar, apesar do mundo estar do jeito que está, onde a desconfiança e a reclusão tornaram-se o nosso escape para fugir dos perigos cotidianos. Mas nesse final de semana, depois de muito andar e cumprir missões, resolvi pegar um táxi; dar-me a esse luxo, pois não é todo dia que é possível.

Ao entrar no táxi, não imaginei nada, apenas chegar até meu destino. Entretanto, o taxista muito atencioso perguntou sobre algum atalho para chegar ao endereço e comentou que não havia muitos táxis disponíveis no dia em questão, devido ao concurso que estava acontecendo. Foi quando comecei a realmente conversar com ele sobre o fato de que a maioria dos amapaenses não conhece muito bem a cidade. Não sabe informações sobre os pontos turísticos, dados históricos, entre outros.

E foi aí que ele me deu uma aula de conhecimento tucuju, sobre lugares, pontos turísticos, restaurantes, Rio Amazonas; e o papo continuou até meu destino. Só pude parabenizá-lo por tal interesse e carinho com a cidade. Lembro bem das palavras dele: “Eu nasci aqui, me criei aqui e é onde trabalho: se não sei nada daqui, não sei nada de mim”. Isso me tocou de uma forma muito peculiar. Foi tão bonito ver esse zelo com a cidade que o acolheu desde sempre, e é como me sinto em relação a Macapá.

Atentei para um ponto importante: queremos tanto aprender sobre outras coisas, adquirir conhecimento sobre diversos assuntos e acabamos por esquecer nossa história local, detalhes de onde vivemos. Aqui isso também é muito carente. Foi a partir desta conversa com o taxista Eduardo que tive novas ideias e uma nova perspectiva para olhar o conhecimento com mais cuidado.

 O mundo está cheio de desconfiança, mas conhecer gente ainda é um grande presente que a vida nos proporciona todos os dias.

Camila K. Ferreira 

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