Em sua terceira edição, a Mostra
de Arte Pública Meio do Mundo traz o tema “Circo na Rua”, a iniciativa cultural
tem o objetivo de ocupar e propor novos significados para o espaço público amapaense
por meio da diversidade das linguagens artísticas.
Desde 2013, a Mostra é realizada,
sempre trazendo uma ou mais linguagens artísticas para o espaço público de
Macapá. Nesta edição, o foco é o circo e a arte da palhaçaria.
De acordo com Joca Monteiro,
coordenador da Mostra, a ação é parte integrante do processo de discussão e
construção de uma arte verdadeiramente pública. “Nosso intento é a promoção de
uma nova ordem que elimina as diferenças entre as camadas sociais oportunizando
o acesso à arte independentemente dos grandes equipamentos culturais”, destaca o
representante do Grupo Eureca realizador da programação.
A mostra de Arte Pública no Meio
do Mundo 2015, também é a culminância de processos de formação da cadeia
produtiva do setor cultural, uma vez que a programação inclui apresentação de
resultados do Workshop de Palhaçaria ministrado nesta semana por Marton Maués
com a participação de artistas que se dedicam à arte do palhaço e ao circo no
Amapá.
Segundo Washington Silva, a
programação é um convite feito para artistas e sociedade em geral, inclusive
aos gestores públicos. “É na verdade, um chamado para uma atividade pública,
para uma arte pública. Onde as pessoas possam se reunir para fazer cultura,
para servir à comunidade”, afirma o presidente do Coletivo de Artistas,
Produtores e Técnicos em Teatro do Amapá (CAPTTA).
A Mostra de Arte Pública Meio do
Mundo acontece neste sábado (25), a partir das 18h com Saída de Palhaços no
Parque do Forte e apresentação de números circenses em frente à Casa do Artesão.
Dentre as apresentações destacam-se “O casamento do Boboca” (Grupo Eureca), “De
sol a solo” (Jones Barsou), além de outros convidados.
A programação realizada pelo
Grupo Eureca tem apoio do CAPTTA,
Tatamirô Grupo de Poesia, Fundação Municipal de Cultura (Fumcult- PMM) e
Secretaria de Estado da Cultura (Secult - GEA).
ARTE PÚBLICA
Definir uma arte que seja pública
obriga a considerar as dificuldades que rondam a noção desse conceito. Em
sentido literal, seriam objetos de arte pertencentes ou instalados em espaços
de acesso livre. Nessa direção, é possível acompanhar a vocação pública da arte
desde a Antiguidade, lembrando da arte integrada à cena cotidiana, como por
exemplo, O Pensador, de Auguste Rodin (1840 - 1917), instalado em frente do
Panteão em Paris, 1906 - e de outras mais diretamente envolvidas com o debate
político.
O sentido corrente do conceito de
Arte Pública refere-se à arte realizada fora dos espaços tradicionalmente
dedicados a ela, os museus e galerias. Fala-se de uma arte em espaços públicos,
ainda que o termo possa designar também interferências artísticas em espaços
privados, como hospitais e aeroportos. A ideia geral é de que se trata de arte
fisicamente acessível, que modifica a paisagem circundante, de modo permanente
ou temporário.
O termo entra para o vocabulário
da crítica de arte na década 1970, acompanhando de perto as políticas de
financiamento criadas para a arte em espaços públicos. Diversos artistas
sublinham o caráter engajado da arte pública, que visaria alterar a paisagem
ordinária e, no caso das cidades, interferir na fisionomia urbana, recuperando
espaços degradados e promovendo o debate cívico. "O artista público é um cidadão
em primeiro lugar", afirma o iraniano Siah Armajani (1939), radicado nos
Estados Unidos.
A arte pública deve ser pensada
dentro da tendência da arte contemporânea de se voltar para o espaço, seja ele
o espaço da galeria, o ambiente natural ou as áreas urbanas. Diante da expansão
da obra no espaço, o espectador deixa de ser observador distanciado e torna-se
parte integrante do trabalho.
O espaço das cidades é explorado
pela Arte Pública de modos distintos. Alguns projetos artísticos associam-se
diretamente aos processos de requalificação do espaço urbano e contam com a
participação da população local em sua execução. Outros planos de renovação de
centros urbanos se beneficiam de obras de artistas de renome.
No Brasil, é possível pensar em
arte pública por meio de iniciativas individuais de artistas. Na década de
1960, as manifestações ambientais de Hélio Oiticica (1937 - 1980), com suas
capas, estandartes, tendas, parangolés, uma sala de sinuca (1966) e Tropicália
(1967) podem ser tomadas como exemplos de produção artística que interpela a
cena pública.
Na década de 1970, podem ser
lembradas as intervenções na cidade realizadas por Antonio Lizarraga (1924) em
parceria com Gerty Saruê (1930), cujo primeiro resultado é Alternativa Urbana. Estas
propostas ligam-se à interação do público com a arte e à ideia de que ela deve
ser "utilitária", necessidade básica do cidadão, tão importante
quanto a educação e a saúde pública.
Serviço:
III Mostra de Arte Pública Meio
do Mundo
Data: 25/07/2015
Horário: 18h
Saída de Palhaços (Parque do
Forte)
Mostra de Números Circenses
(Praca da Casa do Artesão)
Realização: Grupo Eureca
Apoio: Coletivo de Artistas
Produtores e Técnicos em Teatro do Amapá (CAPTTA)
Tatamirô
Grupo de Poesia
Secretaria
de Estado da Cultura (Secult- GEA)
Fundação
Municipal de Cultura (Fumcult - PMM)
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