2 de maio de 2011

Impressões do "Open Space"

Espaço, do latim “spatium”, dentre tantos sinônimos pode ser interpretado como intervalo entre limites. Aberto, do latim “aperito”, adjetivo do que não tem cobertura, livre.

Em Macapá o casamento entre essas duas palavras, forma um local onde rola música. No sábado (30), o Espaço Aberto promoveu a Vila do Rock e a equipe do ESN esteve lá em peso (Camila Karina, Camila Ramos e também Beliza Alfaia), para conferir de perto. Palco montado no canto esquerdo conduzia o olhar àquelas luzes coloridas e desenhos psicodélicos que se formavam rápida e aleatoriamente na parede. Já falei que tenho uma liga torta com a iluminação?... Adoro!

Espero sempre ver uma galera animada, disposta a dançar até se acabar, quando vejo todo mundo sentado e comportadinho, fico deslocada, mas enfim.

In’Praxi
Foi possível perceber que o repertório era bom, a banda tinha lá seu charme, e o vocal apesar do som baixo do microfone, chamava atenção pela pouca voz e cheio de atitude. O batera destruiu literalmente a bateria, lá pelas últimas músicas.

Confesso que fui com a cara da banda e de graça. Se falarem que essa banda vai tocar em qualquer que seja o lugar que a equipe do ESN for cobrir, irei assisti-los e ouvi-los de boa vontade.

Radiofone
Já os tinha visto e ouvido na Nova Mosaico e admito não ter gostado muito, um som limpo, performance de palco contida, nada empolgante. Porém, liguei o meu desconfiômetro e ativei o botão do otimismo para desconstruir essa primeira impressão, deu certo. Desta maneira, passei a interpretar que talvez seja o jeito dos caras, que provaram estar mais à vontade na Vila do Rock, eles sacam de música, sem dúvida e pareciam bem mais preparados (ensaiaram mais não é mesmo?).

Aplaudi muito quando o vocalista se deu conta do excesso de grave no microfone, isso que é sensibilidade e respeito para com os ouvidos alheios e também prova de compromisso com o nome da banda. Pois acreditem é bom sair e curtir com os amigos, beber umas geladas, azarar gente bonita, quando rola e tals. Entretanto, tem público mais exigente que vai só para ouvir o som das bandas, apreciar, prestigiar o trabalho mesmo. Destaque para eles que se preocuparam com a qualidade do som.

Ozy Rock Band
Então... Sem palavras! Mentcheeeeeeera.

Dormi durante a apresentação, acho que usei algum superpoder oculto, que desconhecia completamente ter até então, para sair do corpo e mesmo com todo aquele barulho, pegar no sono. Não, eu não havia bebido nada. De repente a proposta da banda é não propor nada mesmo, só um jeito berrado (seja lá o que isso queira dizer) de viver rock and roll e dane-se!

Mas será que posso dizer que não gostei, sem ter que usar capacete e colete à prova de balas nos próximos shows?

BR 46
Os ouvi a primeira vez na noite anterior. Curti aquelas músicas que todo mundo sabe a letra e colam no ouvido. Posso dizer que gosto muito do jeito do baterista, o cara se diverte enquanto toca, essa energia passa para as baquetas que ao invés de destruírem tudo, acariciam violentamente a bateria, o som produzido em razão disso, é sentido num lugar entre o estômago e o diafragma, não dá para explicar exatamente, o corpo simplesmente retribui a esse estímulo com a vontade de dançar.

Outra vez, não consegui ficar para assistir ao show da banda Degrau Norte, isso está me deixando ainda mais curiosa. Sempre rola um cansaço muito grande que me impede de vê-los se apresentar. Uma pena mesmo, mas fica para a próxima.

E, se você que chegou ao fim deste teve sensibilidade para perceber, sim sou chata ao extremo, não saio de casa para exercitar a autoflagelação. Gosto do que é bom, não tenho a intensão de puxar saco ou detonar o trabalho de ninguém.

No geral foi bom ver que há muitos talentos a ser lapidados e apreciados na cena rockeira amapaense, os rostos não se repetem e é importante que o cenário se expanda. Sobretudo, iniciativas como esta servem como incentivo para que a “nação rockeira do Amapá” possa consumir à vontade, o que é melhor, “produtos da terra”.

Curiosidade
Voltando ao lance do lugar, troquei uma ideia rápida com o rapaz que fazia as caipirinhas, cheguei a imaginar que ele tivesse TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) por lavar as mãos tantas vezes. 


Todos os momentos desde a chegada ao Espaço Aberto, até a fila para usar o banheiro unissex, que o via sair do bar e ir lavar as mãos, imaginei que ele tivesse algum probleminha... Ele teve toda a paciência e educação do mundo para me explicar que era o responsável pelo preparo das caipirinhas e precisava das mãos limpas (ponto para ele). Havia somente uma pia e ficava próxima ao banheiro do lado de fora. E lá ia o pobrezinho toda a hora lavar as mãos.

A partir de minhas asserções, construa seu próprio raciocínio e conclua como quiser.


Hellen Cortezolli