28 de março de 2010

“Estou ficando velho e só” – Liverpool Rock Bar


O título é um trecho de uma música da banda Godzilla, que pode ser considerada a trilha sonora do Liverpool, na noite deste último sábado (27). A gente conta o por quê.

O terror já começa na entrada. O totem que sinaliza o bar, “Liverpool  Rock Bar – Space of Music” está sustentado apenas por uma telha, o mais apropriado seria mudar o slogan pra “Space of Tragedy”, pois a qualquer nova festa alguém pode ir direto pro necrotério. Mas se você conseguir entrar, as aventuras não terminam ali. A maloca da parte interna do local está sustentada por um pedaço de madeira bem no meio do “salão”.

Fato que deixou não só a mim, mas quase todos que estavam por lá neurados, pois sempre apareciam os desinformados se encostando na madeira, facilitando a possibilidade do teto cair sobre o pouco público que apareceu por lá ( e claro, nós também, imaginem, morrer no Liverpool!). Agradecemos também não ter chovido, pois seria mais trágico do que cômico, já que o telhado  está todo quebrado. 

Fiquei responsável por contar um pouco da banda Beatle George. Grata surpresa da minha noite e de muitos. Confesso que subestimei os meninos. Imaginei um som de senso comum, mas a apresentação deles foi um “cala-te e recolhe-te”. O baterista, baixista, guitarrista e vocalista, têm uma química muito boa no palco, mas com certeza a performance do guitarrista foi destaque inegável,  ganhando aplausos mais do que merecidos por mostrar bons solos de guitarra. (ah, ele também ainda arrisca nos vocais). O baixista já demonstrou que tem versatilidade, tocando em bandas de metal e agora na Beatle George, com seu blues/folk para nos tirar da previsibilidade e preconceitos auditivos. O triste foi ver que o microfone não ajuda as bandas, infelizmente não entendi nada das letras deles, não pude também sacar o vocal direito. Espero que eles lancem um EP que seja, ou se apresentem em algum lugar decente pra ouvirmos com clareza as músicas da banda. Meus ouvidos agradeceram a presença dessa banda. (Camila Karina)

Depois de 2h de atraso, (porque tudo estava previsto para começar às 23h),  a primeira banda que tocou foi  a Godzilla, e quem conta um pouco sobre a apresentação deles é o Elton Tavares.

A banda soma talento, atitude, fúria e presença de palco, não há o que discutir, basta-me dizer que foi um show instigante de rock puro, uma verdadeira apresentação de rock and roll em estado bruto. 

A qualidade de bandas como a Godzilla contrasta com o local, apesar de gostar do velho Liver, o bar está deteriorado, destruído e sem condições. Parabéns ao público, pois pagaram somente pela música, pois a estrutura que antes era ruim, agora está precária. Minha dúvida é: Será que o Liverpool aguentará mais uma noite sequer? Uma pena.(Elton Tavares)

Em seguida, tocou a banda Novos&Usados, e quem ficou responsável por resenhá-los foi o Igor Reale.

A Novos&Usados foi a terceira banda da noite. Desfavorecida pelo horário , a banda disparou o seu som sexista e malvadinho(que versa  de forma degenerativa sobre a genitália feminina) sobre uma sonolenta platéia.O grande trunfo da banda é divertir o público com musicas simples e descompromissada, mesmo com um pedaço de pau podre sustentando o teto. (Igor Reale)

Finalizando, a Fax Modem tocou, mas não pude acompanhar, “Morpheu chegou” e me levou. Mas pra terminar o texto, fica aqui o lamento por ver um bar tão bacana como o liverpool caindo aos pedaços, por pura falta de visão da proprietária. Não é preciso mudar o bar para que se torne um lugar sofisticado, mas ao menos prezar pela segurança/vida dos frequentadores já é uma grande coisa, senão daqui a pouco a trilha do Liverpool vira: “Todos se divertindo, a casa está caindo”.

Resenha tripla: Camila Karina, Elton Tavares e Igor Reale

4 comentários:

Smith disse...

Uma pena a condição (ou falta dela) do Liverpool, o espaço que nunca foi de verdade bem cuidado, esta de fato em ruínas, continuamos a frequentar pelo bom e velho roque em rou. Aos 17 anos íamos a qualquer tipo de piseiro em qualquer tipo lugar que tivesse um som rolando, mas depois dos 30 ficamos mais seletivos, o que nos remete a outro problema, que opções temos em macapá?
Além do mais, as bandas merecem o mínimo de suporte para se mostrarem, estamos em uma época positiva da cena macapaense, finalmente o som daqui conseguiu ultrapassar as fronteiras do estado, caso do mini box lunar, que se apresentará no palco principal do abril pró-rock 2010.
Já era tempo de termos um espaço decente pra balançar a cabeça e praticar nosso air guitar de cada dia.
Parabêns pelo blog.

HelianaBastos disse...

Poxa, faz um tempinho que não vou ao Liver, tb não sabia que ele estava nessas condições. è uma pena, cm disse o 1o comentarista daqui, ''que opçoes temos em macapá?'' Logo agora que temos novos talentos,e a galera de macapá está mais afim de prestigia-los, falta-nos espaço adequado e decente!
Espero que essa situação possa ser revertida o mais breve possível.
e a tripla postagem ficou ótima.

Humberto disse...

Os textos do blog estão bem legais, a Camila foi bem detalhista e mandou bem, assim como o Elton.
Sobre as bandas, fiquei animado em conhecer as que eu não vi ainda, espero poder fazer isso a partir da semana que vem, quando estarei por aí.
Agora, complicado o Liverpool estar nessas condições... gostei do bar quando estive aí, mas mas não estou a fim de frequentar um lugar onde o telhado pode cair na minha cabeça a qualquer instante.

Graciliano Santos disse...

E no final da festa, quando só tinha eu de bebo e o povo da banda guardando os instrumentos, fui comprar a derradeira cerveja e a tia do bar quase deu o ganho em 2,50 meu (DOIS E CINQUENTAA!) acusando um suposto refri que eu tinha pego. hahahaha eu mereço...